25/06 | segunda
16h00 CONDOR | DEBATE COM JOSÉ ALVARO MOISES
19h00 HÉRCULES 56
26/06 | terça
16h00 CIDADÃO BOILESEN | DEBATE COM DOUGLAS FERREIRA BARROS E NILSON FURTADO
27/06 | quarta
16h00 UMA LONGA VIAGEM
28/06 | quinta
16h00 CONDOR
19h00 HÉRCULES 56 | DEBATE COM WOLF GAUER
29/06 | sexta
16h00 CIDADÃO BOILESEN
19h00 UMA LONGA VIAGEM
Promovida pelo ICEM – Instituto Cultura em Movimento, a primeira mostra CINEMA PELA VERDADE está rodando, desde maio, 27 capitais brasileiras, levando a 81 universidades uma programação gratuita de sessões de cinema e debates, com filmes que tratam do período da ditadura militar no Brasil e suas consequências. O projeto foi contemplado pelo edital Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça do Governo Federal, e tem por objetivo de apresentar para os jovens, por meio do audiovisual, detalhes relevantes desse período da nossa história que muitos ainda desconhecem.Entre os dias 25 e 29 de junho, a mostra chega à Universidade de São Paulo, graças ao apoio do CINUSP Paulo Emílio, que exibe no campus da Cidade Universitária quatro documentários recentes e premiados sobre o assunto, todos com sessões seguida de debate com a presença de realizadores, acadêmicos, pesquisadores, integrantes de movimentos sociais e culturais, nos quais estudantes e debatedores terão a chance de trocar conhecimento e experiências, fomentando assim a discussão.
A mostra se norteia por dois princípios muito claros. Primeiramente, a ideia de que o cinema, mais do que entretenimento, é uma forma de arte que pode, e deve, gerar debates sobre a nossa história e a nossa sociedade. Portanto, assistir um filme também é um ato político. No entanto, tal potencialidade política não é espontânea. Para se realizar ela precisa que o que se vê na tela possa ser confrontado com informações e conteúdos críticos que dialoguem com o filme. É necessário, portanto, que o espectador não seja um ser passivo, que se relaciona de modo superficial com o que se passa na tela, mas sim um agente que constrói conhecimento confrontando suas leituras de mundo com as leituras do filme. Outro princípio importante é o da recusa da neutralidade, presente no próprio nome da mostra. A expressão “Cinema pela Verdade” indica que, nesse caso, não é possível nem se manter neutro e nem se refugiar em relativismos do tipo “cada um tem sua verdade”. A mostra toma o partido da defesa dos Direitos Humanos, da denúncia das barbaridades impetradas pela ditadura civil-militar no Brasil e da afirmação do direito de toda sociedade brasileira, sobretudo das vítimas diretas do regime, de terem acesso a todas as informações que ajudem a conhecer e compreender essa história. Nesse sentido, os filmes selecionados buscam iluminar alguns aspectos pouco explorados e pouco conhecidos do período da ditadura militar brasileira, como a questão do financiamento da repressão militar por importantes empresários, retratada no documentário Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski, vencedor de diversos prêmios em importantes festivais no país (Melhor Documentário Brasileiro no É Tudo Verdade, Melhor Documentário pela votação do público no CINESUL e Melhor Direção no RECINE), e a cooperação entre governos militares sul-americanos para combater opositores às ditaduras do continente, tema do documentário Condor, de Roberto Mader, vencedor do Prêmio Especial do Júri como melhor longa-metragem brasileiro do Festival de Gramado de 2007. Também integra a programação da mostra o documentário dramatizado Uma Longa Viagem, que aborda a história verídica do envolvimento da diretora Lucia Murat e de seus irmãos na luta armada contra a ditadura. Estrelado por Caio Blat, o filme foi exibido recentemente nos cinemas paulistanos.Para a produção da mostra CINEMA PELA VERDADE, o ICEM contou com 27 Agentes Mobilizadores, universitários previamente selecionados e treinados de cada capital que foram responsáveis por articular localmente as exibições nas universidades, divulgar o evento, ajudar na pesquisa de pessoas para compor as mesas de debates, além de escrever relatório acadêmico sobre cada sessão.
FILMES:
Brasil, 2009, cor, 35mm, 92’direção: Chaim Litewski
sinopse: Um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no Brasil, o financiamento da repressão violenta à luta armada por grandes empresários, ganha contornos mais precisos neste perfil daquele que foi considerado o mais notório deles. As ligações de Henning Albert Boilesen (1916-1971), presidente do grupo Ultra, com a ditadura militar, sua participação na criação da temível Oban – Operação Bandeirantes – e acusações de que assistiria voluntariamente a sessões de tortura emergem de diversos depoimentos de personagens daquela época. A sessão de terça-feira, dia 26, às 16h00, será seguida de debate com Pedro Asbeg, produtor e montador do longa-metragem e diretor de documentários como Mentiras sinceras, O dia em que o bambu quebrou no meio e Unido vencerás. classificação indicativa: 12
Brasil, 2007, cor, 35mm, 106’direção: Roberto Mader
sinopse: Condor foi o nome dado à cooperação entre governos militares sul-americanos que resultou no seqüestro e assassinato de milhares de pessoas e no exílio de tantas outras. Uma análise contemporânea destes eventos, trazendo uma história de terrorismo de Estado, mas também de pessoas e da procura pela verdade e justiça. Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado, como melhor longa-metragem brasileiro da competição.classificação indicativa: 10 anos
25.06 seg 16h00 | sessão seguida de debate28.06 qui 16h00
Hércules 56
Brasil, 2007, cor, 35mm, 94’direção: Silvio Da-Rinsinopse: Na semana da independência de 1969 o embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, foi sequestrado. Em sua troca foi exigida a divulgação de um manifesto revolucionário e a libertação de 15 presos políticos, que representam diversas tendências políticas que se opunham à ditadura militar. Banidos do território nacional e com a nacionalidade cassada, eles são levados ao México no avião da FAB Hércules 56. Através de entrevistas com os sobreviventes os fatos desta época são relembrados.
classificação indicativa: Livre
28.06 qui 19h00 | sessão seguida de debate
Brasil, 2011, cor, digital, 97’direção: Lucia Murat
sinopse: Baseado na vida da própria diretora, o filme narra a história de três irmãos, tendo como linha dramática a trajetória do caçula, que vai para Londres em 1969, enviado pela família para não entrar na luta armada contra a ditadura no Brasil, seguindo os passos da irmã, a futura cineasta Lucia Murat. Durante os nove anos em que viaja pelo mundo, ele escreve cartas. Contrapondo-se à entrevista e às cartas, estão os comentários da irmã, ex-presa política que agora viaja pelo mundo, num processo inverso ao do irmão que, de viajante livre, foi obrigado a enfrentar problemas com drogas. Um documentário que trabalha sobre a memória, não só pela forma como é feita a investigação, mas também pelo motivo que levou à realização do filme: a morte do terceiro irmão.
classificação indicativa: 14 anosDEBATEDORES CONVIDADOS:
Douglas Ferreira Barros é Doutor em Filosofia pela FFLCH-USP, professor de Filosofia da PUC- Campinas e participa do Conselho Consultivo da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da PUC-Campinas, desde 2009.
José Alvaro Moises é Doutor em Ciência Política pela FFLCH-USP, foi Professor Visitante na Universidade de Oxford, Secretário Nacional de Apoio à Cultura, e Secretário Nacional de Audiovisual. Atualmente, é Professor Titular do Departamento de Ciência Política da FFLCH-USP.
Nilson Furtado é é secretário do Grupo Tortura Nunca Mais e membro do Fórum de Ex-presos Políticos. Foi metalúrgico, militante do PCB e militou na ALN desde sua criação. Foi preso político por dois anos, durante o regime militar brasileiro.
Wolf Gauer é um cineasta alemão radicado no Brasil. Trabalhou como produtor e/ou codiretor em inúmeros projetos de Jorge Bodanzky, como o premiado longa-metragem Iracema, Uma Transa Amazônica, de 1975, e os documentários Os Mucker (Jakobine), de 1978, Jari, de 1980, e O Terceiro Milênio (Drittes Jahrtausend), de 1982.
CINUSP Paulo EmílioRua do Anfiteatro, 181 – Colmeia, Favo 04
Cidade Universitária
Entrada Franca100 lugares
Fone: 11-3091-3540
www.usp.br/
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